A EPM Unifesp

A ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA (EPM Unifesp)

"De armas vencidas e almas vencedoras, mal saía São Paulo de um desastre heróico que o deveria abater se fosse fraco, mas que só o exaltou porque é forte, já na sua terra – terra ainda morna dos corpos que se esfriavam sobre ela, eijando-a, lançava-se há pouco mais de três anos uma semente milagrosa, a da Escola Paulista de Medicina" (Guilherme de Almeida, poeta, 30 set. 1936)


 A Escola Paulista de Medicina (EPM) foi a 11ª Faculdade de Medicina a ser criada no país; seu Manifesto de Fundação foi publicado em 1º de junho de 1933. Na ocasião de sua fundação, não possuía um único metro quadrado para suas instalações, mas foi grande o ideal e persistente a ação de seus fundadores: um grupo de cientistas e médicos com atuação destacada, com idades variando entre 27 e 54 anos. Conseguiram de uma forma provisória, mas adequada, instalações para que o curso básico progredisse sem grandes transtornos.

Dois anos após, surgiu o problema do ensino para as aulas práticas em ambiente hospitalares. Afinal, a Escola Paulista de Medicina já existia e seus alunos precisavam, em 1936, de ensino prático. Os pioneiros não desanimaram: foram escolhidos doentes do Hospital Humberto Primo para as aulas e estudos clínicos. Paralelamente, reformaram e readaptaram uma casa da Chácara Schiffini, de tal sorte que em pouco mais de dois meses surgia o "Pavilhão Maria Tereza", em homenagem a Dona Maria Tereza Nogueira de Azevedo, sede provisória do sonhado Hospital São Paulo, constituída por um prédio de dois pavimentos, com 100 leitos, onde também havia um pequeno Laboratório de Análises, embrião do futuro Laboratório Central do Hospital São Paulo.

Em 30 de setembro de 1936 era lançada a pedra fundamental do Hospital São Paulo. Na solenidade, o poeta Guilherme de Almeida, presente à cerimônia, recitou: "Aí está, germinada e prosperada a semente; aí está, florescido o ideal; aí está, frutificado o empreendimento! Aí está a Escola Paulista de Medicina. A árvore boa, em boa hora, sob um bom signo, numa boa terra e por boas mãos plantada".

A Escola consolidou-se, cresceu e foi pioneira em vários aspectos: construiu o primeiro hospital-escola do país (Hospital São Paulo); seguiu com a criação da Escola de Enfermagem (1939), segunda do país. A Residência Médica foi iniciada em 1957, visando adequar a formação do médico com os avanços da medicina e necessidades da sociedade. Criou o primeiro curso Biomédico do Brasil (1966), especialmente voltado para a formação de profissionais e de pesquisadores na área biomédica. Em 1968 criou o curso de Fonoaudiologia, que foi pioneiro e se tornou referência nas pesquisas em distúrbios da comunicação e da fala. Em 1970 nascia a Tecnologia Oftálmica em diferentes técnicas e exames diagnósticos integrando equipe de atendimento oftalmológico e que posteriormente se desdobrou em Tecnologias em Saúde.

Reconhecida oficialmente em 31 de maio de 1938, foi federalizada por Decreto Presidencial em 21 de janeiro de 1956.



Visão do passado, sempre olhando para o futuro

"Aí está, germinada e prosperada a semente; aí está, florescido o ideal; aí está, frutificado o empreendimento! Aí está a Escola Paulista de Medicina. A árvore boa, em boa hora, sob um bom signo, numa boa terra e por boas mãos plantada". (Guilherme de Almeida, poeta, em 30 set. 1936, durante a solenidade de lançamento da pedra fundamental do Hospital São Paulo)


A visão da EPM tem sido, desde a sua fundação, a de que a eficiência na área da saúde só seria alcançada se houvesse uma diversificação na formação de pessoal competente, atuando em conjunto nas várias especialidades e também com forte inserção na ciência. Foi na década de 1960, logo após completar 30 anos de existência, que a EPM vislumbrou a fundação de sua Universidade Federal, que chegou a ser criada pelas mãos do diretor Marcos Lindemberg, projeto que foi abortado pela ditadura militar instituída em 1964 e levou também à cassação do diretor. Durante essa década, a EPM acompanhou o crescimento da pesquisa e da pós-graduação e criou alguns dos primeiros Programas de Pós-Graduação do País nas áreas de Medicina, Ciências Biomédicas, Fonoaudiologia e Enfermagem.

Desde o início, com os trabalhos de pioneiros da pesquisa como José Leal Prado e José Ribeiro do Valle, a EPM se destacou na produção científica, instalando laboratórios e biotérios para dar suporte às pesquisas experimentais e em colaboração com áreas clínicas e cirúrgicas. Sempre prezou pela internacionalização, com boa parte de seus professores adquirindo formação e treinamento em centros de excelência no exterior. Além disso, prezou pela interação “básica-clínica” e criou estruturas e atividades de pesquisas aplicadas, muito antes da caracterização da chamada Medicina Translacional.

A produção acadêmica da EPM tem sido significativa e relevante em diversas áreas das ciências da saúde e a EPM se destaca há alguns anos por sua significativa produção científica. A qualidade dos alunos titulados fica clara pela competência dos profissionais por ela formados e inseridos no sistema de saúde público e privado, bem como na nucleação de diversos centros de pesquisas em diversas universidades, institutos de pesquisas e instituições no exterior. As avaliações feitas por órgãos governamentais como a CAPES, ou pela iniciativa privada (por exemplo, Folha de São Paulo) a coloca entre as melhores Instituições do país.

A EPM também foi pioneira quando da criação da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), ocasião em que foi transformada em Universidade das Ciências da Saúde, com um único campus nas dependências da já sexagenária EPM, em 15 de dezembro de 1994. Há uma importante peculiaridade: Escola Paulista de Medicina foi transformada em Universidade. Diferente da criação de outras universidades que incorporaram escolas, foi a EPM que deu lugar à Unifesp.

Posteriormente, em 2005 a Unifesp iniciou um amplo processo de expansão, tornando-se uma universidade em todas as áreas do conhecimento, porém, manteve sua forte inserção na saúde e sua tradição na pesquisa. A expansão da Unifesp trouxe a criação de outras escolas, mas também a reafirmação da EPM como unidade fundadora, de magnitude intelectual e acadêmica, nucleadora para o país, produtora de conhecimento e formadora de recursos humanos de alto nível.

Consciente da sua responsabilidade com a ciência e a comunidade da qual faz parte, a EPM tem como missão desenvolver, em nível de excelência, as atividades inter-relacionadas de ensino, pesquisa e extensão, almejando a liderança nacional e internacional na área da saúde.